Resumo
O aprisionamento de seres humanos é um forte fator de risco para a infecção pela tuberculose, sendo a incidência de tuberculose nos presídios 11 a 81 vezes maior que a da população em geral, o que se explica por uma combinação de fatores como diagnóstico tardio, tratamento inadequado, superpopulação, ventilação precária e alta taxa de transferência entre penitenciárias. Desse modo, objetiva-se com esse estudo avaliar a incidência de tuberculose nos presídios da Paraíba nos anos de 2007 a 2014 e observar se os casos de tuberculose nos presídios do estado seguem a incidência nacional. Vale destacar que a população privada de liberdade tem 28 vezes maior chances de ter tuberculose, onde o atraso no diagnóstico relaciona-se à naturalização da desassistência ao sujeito preso o que auxilia na perduração e permanência da alta incidência da doença. Para realizar esse estudo, foram coletados dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (INFOPEN). Como resultados, observou-se a taxa de ocupação de 140%, o que reflete na saúde dos presidiários. Além disso, em todo o estado tem-se os presídios como 3º local com maior incidência de tuberculose, sendo 93% dos casos em homens, 79,3% dos casos na faixa etária de 20-39 anos, predominantemente pardos e com nível de escolaridade entre a 1ª e a 4ª série do ensino fundamental incompleto. Desse modo, percebe-se que é preciso desenvolver estratégias para diminuir tal incidência, melhorando a assistência à saúde e vida, com diagnóstico precoce e tratamento adequado.