Resumo
Analisa-se o papel do idoso, segmento da população com 60 anos e mais, na preservação do meio ambiente, assegurando-se que podem dispor dos avanços dos conhecimentos científicos e biotecnológicos, embora não se possa negar que muitos desses avanços vieram a comprometer a qualidade de vida da maioria da população e do meio ambiente, o que poderá vir a ser minimizado a partir do exercício da cidadania. A pesquisa teve como objetivo analisar o papel do idoso na preservação do meio ambiente, tendo como referencial teórico reflexões respaldadas na temática da educação ambiental, da macrobioética e dos direitos dos idosos. O estudo foi realizado a partir de uma visão transdisciplinar do conhecimento e realizou-se no Parque das Dunas em Natal/RN, com uma população de 26 pessoas que possuem 60 anos e mais, no período de 13-16 de outubro de 2012. Após revisão da literatura, desenvolveu-se uma pesquisa de campo exploratória com amostragem não probabilística baseada em entrevista qualitativa semi-estruturada e roteiro pré-estabelecido, indagando sobre o conhecimento do entrevistado a respeito da preservação ambiental da sua cidade de origem, a conscientização do mesmo em relação à preservação do meio ambiente e o papel que ele poderia desempenhar em relação à educação ambiental, complementada por um documentário fotográfico. Dos 26 entrevistados, a maioria possuía 75 anos ou mais; 14 (53,85%) são do sexo feminino e 12 (46,15%) do sexo masculino. A maioria, 15 idosos (57,69%), era casada e 50% deles era aposentado. Quanto à moradia 24 (92,31%) morava em casa própria. No tocante ao nível de escolaridade, observa-se que 9 deles (34,62%) possuíam o ensino
médio completo. Percebe- se que 92,31% possuem plano de saúde. Dentre os entrevistados, 57,69% deles julgaram que durante a sua juventude preservavam mais o meio ambiente, mesmo assim, 50% deles preferem a cidade como está atualmente, pois o desenvolvimento destas, apesar de ter causado impactos ambientais, facilitou- lhes a vida. Eles também consideram que atualmente a arborização é escassa, a reciclagem de lixo ainda é pouca e é constante a poluição de rios e praias, no entanto, o ar ainda é purificado, a poluição sonora não é constante, não há tanta poluição visual e 53,85% aludem que o desmatamento ainda não é um problema. Coincidentemente com as intenções da pesquisa, 77% dos entrevistados acreditam que podem ajudar a solucionar os problemas ambientais educando as novas gerações; quando foram questionados a respeito das práticas de preservação que eles já realizam, 22 pessoas (85%) afirmaram que já evitam agredir o meio ambiente e 18 (69%) já transmitem educação ambiental para as novas gerações.