Resumo
A prática psicológica no sistema prisional brasileiro é caracterizada por uma atuação repetitiva e limitada, sem abranger debates e ações contextualizados, interseccionais e engajados na luta pelos direitos das pessoas presas e no questionamento das lógicas do encarceramento. Nesse cenário, a formação em Psicologia apresenta lacunas no preparo de discentes para atuação na prisão. Diante disso, o presente trabalho objetivou compreender as percepções de discentes dos cursos de Psicologia do Piauí acerca da atuação no sistema prisional. Participaram da pesquisa 11 graduandas(os) que responderam a um formulário com questões abertas sobre o processo formativo e o preparo para atuação no cárcere. A partir da Análise de Conteúdo das respostas, observou-se percepções que vão desde o desconhecimento sobre o trabalho neste campo até atuações focadas em ressocialização, políticas públicas, escutas individualizadas e atividades grupais. Destaca-se uma concepção fragmentada sobre a prática psicológica e a necessidade de um processo formativo engajado criticamente frente às demandas da população carcerária. Além disso, aponta-se a necessidade de um ensino que transversalize debates de raça, gênero, classe e sexualidade por todo o processo formativo.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Revista InterScientia