Resumo
Introdução: O câncer pode afetar de forma significativa a vida das pessoas, podendo comprometer o desenvolvimento neurocognitivo e, consequentemente, prejudicar a linguagem e a fluência de fala. Objetivo: Avaliar a fluência da fala de crianças com câncer em fase de tratamento oncológico. Métodos: Estudo caso-controle, transversal e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética. Participaram da pesquisa 20 crianças com idade entre 5 a 13 anos, de ambos os gêneros, divididas em dois grupos: grupo I, 10 crianças com câncer; e o grupo II, 10 crianças sem câncer, pareadas em sexo e idade com as do grupo I. Para a coleta dos dados, foi aplicado um questionário para a obtenção de dados sociodemográficos e foi feita a avaliação da fluência de fala com o livro de história Frog, where are you? by Mayer. Em seguida, foi realizada a transcrição das avaliações para obtenção do mapeamento das disfluências e medidas de frequência das rupturas e velocidade de fala. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial, através dos testes Qui-Quadrado de Pearson e T-Student com valor de p≤0,05. Resultados: Não foi observada diferença estatística quanto a ocorrência de disfluências típicas e atípicas nos dois grupos. Observou-se que as crianças com câncer apresentaram um menor tempo de fala (p=0,009), uma maior quantidade (p=0,016) e % de disfluências típicas da gagueira (p=0,031). Conclusão: Rupturas típicas e atípicas ocorrem na fala de crianças com e sem câncer. Contudo, as crianças com câncer apresentam uma maior quantidade e % de disfluências típicas da gagueira.