PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS DE SEGURANÇA PARA REDUÇÃO DOS
RISCOS DE ACIDENTES EXISTENTES NA ATIVIDADE OPERACIONAL DE CORTE DE ÁRVORE DO
BATALHÃO DE BUSCA E SALVAMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA
PROPOSITION OF SAFETY MEASURES TO REDUCE
THE RISK OF EXISTING ACCIDENTS IN THE TREE CUT OPERATING ACTIVITY OF THE SEARCH
AND RESCUE BATTLE OF THE MILITARY FIREFIGHTER OF PARAÍBA
Marcos Guedes do Nascimento[1]
Recebido em: 14/10/2017.
Aceito em: 28/11/2017.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo propor medidas de
segurança para redução dos riscos de acidentes na atividade de corte de árvore
realizada pelo Batalhão de Busca e Salvamento (BBS) do Corpo de Bombeiros
Militar da Paraíba (CBMPB). Consiste em uma pesquisa de campo descritiva, de
cunho qualitativo e quantitativo, baseada em dados. As informações foram
obtidas a partir de entrevistas e questionários aplicados aos membros do
Pelotão de Busca e Salvamento Terrestre (PBST), assim como registros
fotográficos de cortes de árvores e de Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs) usados nessa atividade. A pesquisa envolveu 70% do efetivo do PBST.
Quando questionados sobre conhecimento da existência de Plano Operacional
Padrão (POP), 92,8% afirmaram desconhecê-lo. Sobre EPIs usados no corte de
árvore, calça, gandola, coturno/bota, capacete, luvas, óculos, cadeirinha e
cabo solteiro/cordas foram citados por mais de 50% dos participantes. Quanto a
realização de cursos periódicos ou esporádicos sobre atividades operacionais,
92,8% afirmaram ocorrer. Segundo o comandante da companhia, o módulo de corte
de árvore é visto em cursos, cujos temas são genéricos. Foi ressaltada a falta
de proteção dos membros superiores e inferiores, cujos EPIs sugeridos para
minimizar o risco de acidentes foram roupas e acessórios mais adequados à
atividade. Outras sugestões são apresentadas com a finalidade de aumentar a
segurança no exercício do corte, tais quais, a criação de um POP, oferecimento
de cursos específicos e disponibilização dos EPIs descritos nas normas
regulamentares (NR 6, NR 12 e NR 35) aos militares que executam essa atividade
no BBS.
Palavras-chave:
Corte de árvore. Medidas de prevenção. Redução de riscos.
This work aims to propose safety
measures to reduce the risk of accidents in the tree cutting activity carried
out by Batalhão de Busca e Salvamento (BBS) of Corpo de Bombeiros Militar da
Paraíba (CBMPB). It consists of a qualitative and quantitative, database
descriptive field survey. The information was obtained from interviews and
questionnaires applied to members of Pelotão de Busca e Salvamento Terrestre
(PBST), and photographic records of tree cuttings and Individual Protection
Equipment (EPIs) used in this activity. The research involved 70% of the PBST
staff. When questioned about knowledge of the existence of a Standard
Operational Plan (POP), 92.8% said they did not know it. On EPIs used in tree
cutting, pants, gondola, boot, helmet, gloves, goggles, rappelling chair and
ropes were mentioned by more than 50% of the participants. Regarding the
performance of periodic or sporadic courses on operational activities, 92.8%
reported occurring. According to the company commandant, the tree cutting
module is taught in courses, whose themes are generic. It was highlighted the
lack of protection of the upper and lower limbs, whose PPE suggested to minimize
the risk of accidents were clothing and accessories more appropriate to the
activity. Other suggestions are presented aiming to increase safety in cutting,
such as the creation of a MAGP, the provision of specific courses and the
provision of the PPE described in the regulations (NR 6, NR 12 and NR 35) to
perform this activity on the BBS.
Keywords: Tree
cut. Prevention measures. Risk reduction.
INTRODUÇÃO
O bombeiro militar está exposto a diversos riscos em seu ambiente de
trabalho e, nesse contexto, pretende-se investigar quais são os riscos de acidente relativos a uma das
atividades operacionais de salvamento terrestre mais frequentes e propor
medidas de controle para tais riscos. Essa pesquisa foi realizada com os militares
do Pelotão de Busca e Salvamento Terrestre (PBST) do Batalhão de Busca e
Salvamento (BBS).
Esse quartel está localizado na Avenida Cabo Branco, nº 2838,
CEP 58045-010, no Bairro de Cabo Branco, na cidade de João Pessoa e pertence ao
Corpo de Bombeiros Militares do Estado da Paraíba (CBMPB).
Estão entre as principais atividades de salvamento
terrestre realizadas no BBS: o corte de árvore, a desobstrução de via pública, o
salvamento veicular, a captura e o extermínio de insetos, a captura e o salvamento
de animal, a busca por pessoa desaparecida, a busca e a retirada de cadáver, o
salvamento em poço e em fosso, o salvamento de suicida, o resgate de vítima
presa em altura, o resgate de vítimas em ambientes confinados, o resgate de
vítimas presas em elevadores, dentre outras, que não convém citar, tendo em
vista não ocorrerem em número considerável.
Segundo Forlin (2005),
dentre os vários riscos de acidentes enfrentados pelos profissionais dos Corpos
de Bombeiros Militares, encontram-se os riscos de afogamento, o choque
elétrico, o esmagamento, o atropelamento, as lesões perfuro-cortantes e outras como
escoriações, cortes, queimaduras, entorses, luxações e fraturas.
Confirmando essa informação, em seu estudo sobre Condições
de trabalho e fatores de risco da atividade realizada pelo bombeiro,
Nunes e Fontana (2012) afirmam que a exposição de tais profissionais aos
acidentes acontece pela grande possibilidade que eles apresentam em seus
trabalhos de sofrerem quedas, lesões, queimaduras, caracterizando acidentes de
trabalho ou mesmo, pela falta de proteção do trabalhador. Diversos estudos sobre principais riscos e
fatores de risco ocupacionais associados aos bombeiros, afirmaram que acidentes
com bombeiros são mais comuns que nas outras profissões em gerais:
[...] predominam as entorses, LMEs, cortes e queimaduras. A
maioria das situações de emergência exige posturas forçadas e mantidas (a
exemplo do corte de árvore – grifo nosso), daí o maior risco de acidente. (CARPENTER,
2015; JAHNKE, 2013; POPLIN, 2011; RIEDEL, 2011 apud SANTOS; ALMEIDA, 2016,
p.7).
Há diversos exemplos de acidentes internacionais
envolvendo bombeiros como vítimas. Pode-se citar o relato da jornalista Daiana
Geremias, segundo a qual foram mortos 343 (trezentos e quarenta e três)
bombeiros no atentado do 11 de setembro de 2001 no World Trade Center, nos Estados Unidos, maioria deles durante as
atividades de resgates das vítimas que estavam presas aos escombros (GEREMIAS,
2014). Mais recentemente, no início
do corrente ano, um edifício de 15 (quinze)
andares em chamas desabou no
centro de Teerã, ao norte do principal mercado desta cidade, no Irã. Durante o
resgate das vítimas, devido a desabamento, cerca de 30 (trinta)
bombeiros morreram (VEJA, 2017).
Mesmo sem haver dado estatístico sobre acidentes de
trabalho envolvendo os bombeiros militares em nosso país, é possível citar
vários acidentes que ocorreram nos últimos anos, envolvendo esses profissionais
enquanto realizavam suas atividades, tanto civis quanto militares.
Dentre esses acidentes recentes no Brasil, pode-se destacar
o bombeiro militar que morreu de uma parada cardíaca quando realizava instrução
de Mergulho Autônomo no Estado de Mato Grosso em 2014 (G1 MATO GROSSO, 2014),
bem como o caso do bombeiro voluntário que morreu de uma queda de uma árvore em
Joinville no início de 2015 (G1 SANTA CATARINA, 2015), ou ainda, o bombeiro
militar que se feriu e veio a morrer em 2016, devido aos ferimentos causados em
um incêndio na prefeitura de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul (JORNAL
NH, 2016), dentre outros que não se faz necessário narrar, já que os relatos
até aqui citados são suficientes para mostrar que as exposições a riscos de
acidentes por parte dos bombeiros em geral, particularmente dos bombeiros
militares, são de fato recorrentes e, portanto, uma problemática real de nossos
dias.
Para esse estudo, não foram consideradas todas as
atividades de salvamento terrestre do BBS, mas só uma delas. Para selecioná-la,
foram analisadas a freqüência da ocorrência e a quantidade de riscos de
acidentes nela presentes, dentre as ocorrências de salvamento terrestre
atendidas nos anos de 2015 e 2016 por esse Batalhão. O corte de árvore foi a atividade
que atendeu a ambos os pré-requisitos.
Essa pesquisa teve
como objetivo geral: propor meios para redução dos riscos de acidentes
existentes na atividade operacional de corte de árvores executadas no Batalhão
de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. Especificamente,
são objetivos: (1) levantar as ocorrências nos anos de 2015-2016
relacionadas a atividade
de salvamento terrestre do Batalhão
de Busca e Salvamento
do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba; (2) apresentar as ocorrências mais
frequentes de acidentes nos anos de 2015-2016. (3) investigar as
atividades de corte de árvores com o pelotão de busca e salvamento terrestre;
(4) reconhecer os riscos de acidente relativos à atividade de corte de árvores;
(5) identificar os riscos redutíveis ou evitáveis para minimização ou
eliminação deles.
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Dados
estatísticos de salvamento terrestre entre 2015 e 2016
Para verificar qual a atividade mais frequente nas
ocorrências atendidas pelo BBS, foram analisados os dados estatísticos das
atividades do PBST em ocorrências dos anos de 2015 e 2016. Abaixo, segue a
tabela da quantidade de ocorrências atendidas por tipo de ocorrência.
TABELA
01: número de atendimentos realizados pelo pelotão de salvamento terrestre do
BBSnos anos de 2015 e 2016, separados por tipo de ocorrências
TIPO
DE OCORRÊNCIA |
2015 |
2016 |
Verificação e execução de Controle de
pragas |
711 |
678 |
Verificação e execução de Corte de
Árvore |
500 |
458 |
Salvamento e captura de animal |
240 |
255 |
Acidentes em geral (Trânsito,
elevador, máquinas, outros) |
81 |
131 |
Captura e manejo de Abelhas |
39 |
55 |
Outros atendimentos de busca e
salvamento |
62 |
164 |
Atendimentos preventivos e outros |
97 |
13 |
Combate a Incêndio |
17 |
16 |
Atendimento pré-hospitalar (APH) |
16 |
7 |
Emergência com Produtos Perigosos |
4 |
3 |
Trotes |
35 |
47 |
TOTAL
DE OCORRÊNCIAS POR ANO |
1802 |
1827 |
FONTE: Setor de estatísticas do BBS
De acordo com a Tabela 1, percebe-se que nos dois anos em
consideração, a verificação e a execução de controle de pragas, bem como a
verificação e a execução de corte de árvore são os principais tipos de
ocorrências, se considerada a frequência com que ocorrem em relação aos demais
tipos.
O gráfico abaixo mostra que das mil oitocentas e duas
ocorrências atendidas, 39,46% delas se referem a verificação e a execução de
controle de pragas, enquanto 27,75% se referem a verificação e a execução de
corte de árvore. Juntas, representaram cerca de 67,21% do total de atendimentos
realizados no ano de 2015, ou seja, mais de dois terços do total.
GRÁFICO
01: atendimentos realizados pelo PBST do BBS em 2015, por tipo de ocorrências
Fonte:
dados da pesquisa.
No ano de 2016, assim como no ano anterior, ambos os tipos
de ocorrências se mantiveram como sendo as principais atendidas pelo pelotão de
salvamento terrestre no que diz respeito à frequência, tendo a verificação e a
execução de controle de pragas atingido o número de seiscentos e setenta e
oito, o que representa 37,11% dos mil oitocentos e vinte e sete atendimentos
realizados, enquanto a verificação e a execução de corte de árvore chegaram a
quatrocentos e cinquenta e oito, ou seja, 25,07% do total de ocorrências
recebidas no referido ano. Juntas, representaram 62,18% das ocorrências, aproximando-se
dos dois terços do total. Os números de atendimentos separados por tipo de
ocorrências para o ano de 2016 seguem representados no gráfico a seguir.
GRÁFICO
02: atendimentos realizados pelo PBST do BBS em 2016, por tipo de ocorrências
Fonte:
dados da pesquisa.
Logo, conclui-se que esses dois tipos de ocorrências são
os mais atendidos pelo Pelotão de Busca e Salvamento Terrestre (PBST), sendo a
quantidade de atendimentos a controle de pragas em maior número que o corte de
árvore.
Porém, o corte de árvore apresenta consideráveis riscos de
acidentes, tal afirmativa pode ser comprovada sob a égide bibliográfica, já que
tal atividade envolve manuseio de máquina com corrente de aço que corta em alta
rotação, o que pode proporcionar a quem lhe maneja, riscos de corte, abrasão e
queimaduras; também envolve movimentos complexos com esta máquina em trabalhos
considerados de altura pela NR 35, visto que geralmente ocorre acima dos 2 metros
de altura em relação ao solo, tais fatores apresentam ao trabalhador, riscos de
queda o que pode lhe ocasionar fraturas e graves lesões externas ou internas.
É certo que a atividade de controle de pragas apresenta
riscos de acidentes, seja por queimadura ou lesões graves que podem ser
provocadas pelo mau uso do Kit lançador de chamas mais botija com gás butano,
seja pelo risco de quedas presente em certos tipos de controle que acontecem em
lugares altos e de difícil acesso. Entretanto, escolhemos o corte de árvore, visto
que apresenta quantidade maior de riscos de acidentes.
Principais
definições da atividade de corte de árvore ações de busca e salvamento
A Constituição Federal (1988) inclui, na preservação do
Meio Ambiente, a proteção às árvores, sendo responsabilidade das instituições
públicas e privadas e da sociedade em geral a responsabilidade de preservá-las.
Do mesmo modo, o Código Florestal Brasileiro, Lei Federal nº 4.771, afirma que
as florestas e as demais vegetações naturais são de instância de todos os brasileiros.
Sendo assim, não se pode sair cortando ou podando árvores de forma aleatória,
senão em situações extremas, em que apresentem perigo de queda iminente (PQI)
ou perigo em potencial (PP).
Segundo o Manual Técnico de Bombeiros do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de São Paulo – MTB/SP nº 03 (2006), em se tratando
de corte de árvore, afirma que é uma atividade extremamente complexa e delicada
e, portanto, tal manual foi feito, para dar subsídios a oficiais e sargentos
para que tomem decisões conscientes e seguras diante de ocorrências que
envolvem tal atividade na corporação (pg.128).
Conforme o MTB/SP nº 03 (2006), as árvores em PQI, seja por
rachaduras, por inclinações severas ou, por ações de pragas ou doenças, estão
prestes a cair, por isso precisam ser imediatamente podadas ou cortadas, exceto
em situações que dispositivos legais impeçam seu corte ou poda. Tal urgência se
dá devido as árvores ameaçarem a vida e o patrimônio das pessoas, quando estão
nestas condições.
Ainda segundo o MTB/SP nº 03 (2006), existem os perigos em
potencial, que ocorrem quando a árvore está sadia e suficientemente implantada,
mas ramos ou galhos estão projetados dobre residências ou áreas que circulam
pessoas, podendo vir a cair e ferir ou matar pessoas ou ainda, provocar danos
materiais consideráveis, por isso precisam ser podadas. Tais perigos geralmente
existem devido o proprietário da árvore ou responsável não tomar o cuidado de
podar a árvore, deixando-a atingir dimensões enormes.
Silva (2003) afirma que as
manutenções de poda das árvores são imprescindíveis, principalmente para aquelas
plantadas em locais impróprios, a exemplo das que estão localizadas sob redes
elétricas ou muito próximas as residências. É preciso lembrar ainda que
como os riscos aqui não são iminentes, em conformidade com o site do corpo de
bombeiros de Minas Gerais (CBMMG, 2017), se a referida árvore estiver em via
pública, o município tem a responsabilidade de fazer a poda e, se for em
terreno particular, o proprietário é o responsável, devendo ser realizada a
contratação de profissional habilitado e qualificado para realizar estas podas,
com exceção dos municípios onde não há o oferecimento particular deste tipo de
serviço, podendo nestes casos, esses serviços serem realizados pelo corpo de bombeiros
militar.
Ainda tem as árvores que estão em risco permanente, isto
é, mesmo com saúde e bem fixadas, estão em local de solo vulnerável, como o
solo de barreiras, onde o deslocamento de terra pode com o tempo deixar raízes
expostas e causar desequilíbrio a estabilidade da árvore. Deste modo, em
consonância com o MTB/SP nº 03 (2006), a árvore está permanentemente exposta
aos fatores que podem levar a queda e, por isso, este tipo de risco recebe este
nome. Nesses casos, tais árvores só são retiradas se estiverem em perigo
iminente, comprovado por laudo emitido por profissional qualificado e
habilitado para tal, ligado a Defesa Civil Municipal, Estadual ou Federal,
dependendo da Jurisdição da área onde a árvore se encontra. Senão fosse assim,
seria necessária a retirada todas as árvores em barreiras, o que seria uma
grave agressão ambiental.
Convém destacar ainda que as orientações que foram
prestadas até aqui acerca de realização de cortes ou podas de árvores que
apresentam determinados riscos só são válidas, se as mesmas não estiverem em
área de preservação, pois caso sejam, é preciso que seja realizado laudo por
profissional especializado do IBAMA, a fim de definir quais as providências a
serem tomadas acerca do que será feito com as mesmas.
O CBMMG (2017) afirma que o corte e a poda de árvore são
atividades técnicas e arriscadas, por isso aqueles que a executam precisam estar
aptos a manusear equipamento de corte como motosserras, além de objetos
cortantes tais como machados e facão e, além disso, devem estar autorizados por
órgão competente a trabalhar nesta atividade, pois exige muita atenção para
que se evitem os acidentes.
Para a Fundação Osvaldo Cruz (2017), os riscos de
acidentes são fatores que trazem muito perigo ou afetam física ou moralmente o
trabalhador. São riscos de acidente: arranjo físico deficiente, máquinas e
equipamentos sem proteção, ferramentas defeituosas e outros. Os “riscos
mecânicos, ou de acidentes, são aqueles relativos aos acidentes de trabalho
onde, por efeito mecânico lesivo, o trabalhador tem de se afastar de suas
atividades”. (NITCHKE, 2000 apud BAUMGART, 2012, p. 14).
Diante dos riscos existentes na realização das atividades
realizadas pelos profissionais bombeiros, inclusive a atividade de corte de
árvore, corpos de bombeiros militares de diversos Estados da federação se ocuparam
a elaborar diretrizes em documentos como procedimentos operacionais padrões
(POP’s) e/ou manuais específicos de atividades de bombeiro, a exemplo do que
acontece no Estado de São Paulo e no Distrito Federal, a fim de dar um norte
aos que efetuam tão árduas missões.
Particularmente, tratando sobre orientações ou normas de
segurança que devem ser seguidas pelos Corpos de Bombeiros de cada Estado,
vemos que essas corporações se tratam de autarquias e, portanto, cada uma em
seu Estado é responsável por elaborar ou direcionar seus profissionais a
seguirem determinada (s) norma (s) sobre a segurança nas atividades que
realizam, por isso as diretrizes das atividades de corte de árvore realizadas
pelos bombeiros militares, inclusive pelos militares do Pelotão de Salvamento
Terrestre do BBS, deste modo, não necessariamente obedecem as orientações
presentes nas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho, exceto no
caso em que a corporação destacar em suas normas e regulamentos que seu efetivo
deve obedecê-las.
Apesar de ser arbitrária a utilização delas pelas
Corporações Bombeiro Militares em nosso país, será tomado por subsídio para
proposição de Equipamentos de Proteção de Segurança, a NR 06 sobre estes
equipamentos; além disso, para propor formas seguras de manuseio do motosserra,
usaremos a NR 12 sobre máquinas e equipamento, que tem inclusive o anexo IV voltado
especificamente a descrever sobre o uso deste equipamento e; para tratar sobre
a segurança relativa a atividade em altura, além dos manuais de São Paulo e
Brasília, faremos uso da NR 35.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa sistemática descritiva, de campo,
que toma por base os dados que foram obtidos por intermédio de questionários,
entrevista e registros fotográficos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa tendo
em vista que esses dados receberam tratamento estatístico, tendo, além disso, um
viés quantitativo.
Foi realizada no BBS localizado na cidade de João Pessoa,
no Estado da Paraíba, com o envolvimento da maior parte dos militares que
trabalham na atividade de corte de árvore, que são aqueles pertencentes ao
pelotão de busca e salvamento terrestre (PBST), que cumprem a escala de 24
horas no serviço de busca e salvamento, bem como os comandantes do referido
Pelotão e da Companhia de Busca e Salvamento (CBS), da qual este Pelotão é
parte, com a finalidade de os resultados finais obtidos sejam fidedignos quando
comparado com a realidade vivida por cada um deles.
Foi aplicado um questionário composto por quatro questões no
mês de junho do corrente ano a 14 militares, onde cada participante respondeu
de forma individual. O questionário continha quesitos objetivos sobre a
atividade de corte de árvore. Esta ferramenta de pesquisa foi desenvolvida pelo
pesquisador, baseando-se naquilo que foi proposto no artigo.
A primeira questão teve por finalidade saber se os
militares têm à disposição um documento chamado Procedimento Operacional Padrão
(POP) contendo orientações que venham nortear as suas ações durante a
realização da atividade de corte de árvore. A segunda questão, por sua vez, foi
levantada com o fim de descobrir quais os equipamentos de proteção individual
(EPIs) eles têm a disposição durante a realização da atividade em questão.
Estes equipamentos são citados nesta questão como sendo o termo “acessórios”,
termo este esclarecido para cada participante da pesquisa, para evitar dúvidas
ou distorções acerca do que se pretendeu investigar.
A terceira questão tem por objetivo saber se os militares
do PBST participam de curso ou treinamentos de capacitação ou reciclagem de
conhecimento acerca da atividade de corte de árvore de forma periódica no
Batalhão de Busca e Salvamento. O termo periódico nesta questão foi esclarecido
aso participante que pode ter também o sentido de “esporádico”.
Finalmente, a quarta e última questão foi para saber se os
militares acreditam que todas as partes de seus corpos estão suficientemente
protegidas pelos EPIs que utilizam atualmente e, em caso de resposta negativa,
obter de cada um deles sugestões sobre quais EPIs poderiam ser utilizados para
suprir às necessidades de segurança que porventura acreditem que lhes falta
durante a realização da atividade de corte de árvore, ou em caso de não saberem
o nome do (s) EPI (s), foi lhes facultada o direito de mencionar as partes do
corpo que entendiam estar pouco protegidas. O modelo do questionário, bem como
do termo de consentimento livre e esclarecido, encontra-se nos apêndices A e B,
respectivamente.
Especificamente com o Comandante da CBS, foi realizada uma
entrevista semiestruturada, para adquirirmos informações mais consistentes, já
que o mesmo é especialista na área de salvamento terrestre e, além disto, está
há vários meses trabalhando nesta função. Os tópicos abordados nesta entrevista
foram quase os mesmos encontrados nos
questionários, que foi saber se há orientação em relação à execução da
atividade (tarefa) através de POPs e, caso não haja, saber qual (is) a (s)
fonte (s) utilizada (s) como parâmetro (s) para orientar a execução da
atividade em questão; averiguar quais os principais EPIs utilizados atualmente pelos
militares nesta atividade; verificar se há cursos de reciclagem ou capacitação
para os militares do pelotão nesta área e; fazer levantamento de qual a percepção
do profissional em relação à segurança durante a realização da atividade de
corte de árvore e ouvir as sugestões de partes do corpo podem estar vulneráveis
a cortes, queimaduras e outros tipos de acidentes. O conteúdo de toda a
entrevista ficou registrado em CD ROM no formato mp3.
Também foram feitas imagens dos EPIs utilizados pelos
militares que participaram da pesquisa (ANEXO F), bem como da realização do
corte de árvore propriamente dita (ANEXOS B, C, D e E), nas quais é possível
percebermos com clareza a dinâmica desta atividade, com o desígnio derradeiro
de compararmos com os dados obtidos por meio dos questionários e entrevista.
Todas as ferramentas de pesquisa foram utilizadas sob o
consentimento e autorização do então Comandante do BBS, Tenente Coronel Lucas
Severiano de Lima Medeiros, bem como da Coordenação do Curso de Especialização
de Engenharia de Segurança do trabalho do Centro Universitário de João Pessoa
(UNIPÊ). O ofício nº 001/2017 – TCC UNIPÊ solicitando autorização de realização
desta pesquisa científica, assim como o ofício nº 166/2017 – BBS, em resposta
aquele, autorizando a realização da referida pesquisa, seguem nos apêndices C e
anexo A, nesta ordem.
O tratamento e
análise das informações obtidas sobre cada questão levantada nos questionários,
assim como na entrevista, foram efetuadas através de tabulação no excel, trabalhando-se
cada uma delas e, fazendo-se o levantamento estatístico por meio de gráficos,
de modo a destacar a quantidade ou o percentual calculado dos pontos mais
importantes dos questionários, para que seja possível estabelecer os resultados
e, através deles,os riscos de acidentes existentes nas atividades de corte de
árvore possam ser detectados de modo eficiente e preciso, para que a partir de
então, seja possível propor sugestões de medidas de segurança para minimizar
esses riscos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados provenientes das ferramentas de pesquisa,
indicaram que o PBST é formado por 20 (vinte) membros, contando com o seu
comandante e; somado ao Comandante da CBS, forma um universo de 21 (vinte e um)
militares. Destes, 14 (quatorze) responderam ao questionário e 01 (um)
participou da entrevista, os quais representam o nosso espaço amostral, correspondendo
a 71,42% do total do público alvo.
Apesar desse questionário não ser realizado com todo o
efetivo do PBST, haja vista que alguns dos militares estavam dispensados ou
mesmo de férias, a amostra aqui estudada é considerável, de tal modo que é
suficiente para dar subsídios para que o levantamento de dados e os resultados
obtidos sejam fidedignos quando comparados com a realidade vivenciada pela
totalidade do pelotão estudado.
Na primeira questão, dos 14 (quatorze) participantes, 13
(treze) deles ou 92,86% desconhecem a existência de POP para a realização de corte
de árvore e apenas 1 (um) afirmou que tinha conhecimento de POP acerca desta
atividade no âmbito do CBMPB. Tal discrepância se encontra expressamente
apresentada no gráfico abaixo.
GRÁFICO
03: Percentagem dos militares que não conhecem e dos que não conhecem a
existência de POP para o corte de árvore no CBMPB
Fonte: Questionários respondidos por militares do
PBST/BBS/CBMPB
Tal resultado
nos mostra que muito provavelmente não exista POP no CBMPB para a atividade de
corte de árvore e, tal expectativa é confirmada durante a entrevista realizada
com o Cap T., que afirma que de fato não existe o referido POP na corporação.
A segunda questão, entretanto, exige a realização de um
tratamento dos dados mais detalhado, verificando cada EPI citado. Dos EPIs que
os militares mencionaram que usam nas atividades de corte de árvore, 50% destes
profissionais ou mais, lembraram dos seguintes itens: calça, gandola, coturno
ou bota, capacete, luvas, óculos, cadeirinha e cabo solteiro ou cordas. Apenas
03 (três) militares se lembraram de citar os mosquetões de metal, segundo o capitão
T. isto aconteceu devido estes equipamentos já ficarem juntos das cordas e
cadeirinhas, que haviam sido citadas e; somente 02 (dois) participantes citaram
o uso de talabartes, conforme o mesmo capitão, isto deve ter ocorrido devido
serem pouco usados, tendo em vista já existirem cordas e cadeirinha para os
militares se ancorarem em um ponto seguro durante a atividade, quando realizada
em altura. Abaixo segue o gráfico de barra que mostra a comparação entre estes
itens e suas respectivas percentagens em relação ao total de participantes.
GRÁFICO
04: Quantidade de vezes que o EPI foi citado nos questionários
Fonte: Questionários respondidos pelos militares do
PBST/BBS/CBMPB
A terceira questão, por sua vez, apresentou idêntica proporção
apresentada na primeira questão. Dos 14 (quatorze) participantes, 13 (treze)
deles ou 92,86% disseram que o CBMPB oferecia curso ou treinamento sobre a
atividade de corte de árvore e apenas 1 (um) deles afirmou que tais cursos ou
treinamentos não aconteciam.
Tal configuração nos revela que existe uma probabilidade
considerável de tais cursos ou treinamento serem realizados no âmbito do CBMPB,
seja de maneira periódica ou mesmo de maneira esporádica. E tal fato acabou
sendo confirmado durante a entrevista com o comandante da companhia, o qual
assegurou que apesar de não haver curso destinado unicamente para a atividade
de corte de árvore, o módulo sobre esse assunto está presente tanto em cursos
quanto em estágios realizados todos os anos nos domínios da corporação. A
configuração percentual relativa a resposta desta questão dada pelos
participantes está manifestada no gráfico de pizza adiante.
GRÁFICO
05: Percentagem dos militares que afirmam ter curso ou treinamento e dos que afirmam
não haver curso ou treinamento para o corte de árvore no CBMPB
Fonte: Questionários respondidos por militares do
PBST/ BBS/CBMPB
Quanto a quarta e última questão, sua análise se divide em
duas partes. A primeira questionou se os bombeiros militares se sentem
plenamente seguros, com os EPIs que têm hoje a disposição. Constatamos ao ver
os questionários respondidos que todos os militares, sem exceção, afirmam não
sentirem segurança satisfatória durante a realização do corte de árvore, por
acharem a quantidade de EPIs insuficientes para proteger-lhes de determinados
riscos, que poderiam ser evitados. Este déficit presente na segurança, sentida
pelos militares do PBST, também é citada pelo comandante da CBS durante a entrevista.
Na segunda parte da questão quatro, faremos o levantamento
de quais partes do corpo estes profissionais sentem estar mais expostas aos
riscos de acidentes e quais os EPIs que eles sugerem ser adquiridos para
utilizarem durante a execução do corte de árvore.
Para os militares questionados, as partes do corpo mais
expostas a riscos de acidente são: os pés, as pernas e as coxa; os braços e as mãos;
o rosto e o pescoço e, por fim, o tronco. Em relação aos EPIs sugeridos, os
principais deles foram: a calça e a roupa específica para corte de árvore; a
perneira ou a caneleira; a joelheira; a luva de couro; a bota de couro com
ponteiras de aço e com solado aderente e a bala clava.
Com base nos resultados obtidos, construímos dois gráficos
abaixo, sendo o primeiro destinado a mostrar a quantidade de pessoas que
acharam que determinada parte do seu corpo deveria ser mais protegida.
GRÁFICO
06: número de militares que dizem que determinada parte do corpo está
desprotegida durante o corte de árvore
Fonte: Questionários respondidos pelos militares do
PBST/BBS/CBMPB
O segundo gráfico, por sua vez, representa o número de
militares que escolheram certo EPI para protegê-lo melhor dos riscos, conforme
podemos ver a seguir.
GRÁFICO
7: Número de militares que afirmam ser necessário adquirir determinado EPI para
a atividade de corte de árvore
Fonte: Questionários respondidos pelos militares do
PBST/BBS/CBMPB
Vemos que diante do que foi levantado na quarta questão,
podemos afirmar que os membros inferiores e superiores são as partes que estão mais
expostas a riscos de acidentes, segundo os profissionais que trabalham com
corte de árvore no BBS, tal afirmativa é evidenciada pelo Cap T. em meio à
entrevista e nas proposições de EPIs feitas pelos militares, os quais
destacaram a necessidade do uso de calça e roupa específicas para atividade, as
quais protegem, sobretudo, os membros. Ainda é possível destacar a preocupação
que apresentaram com a proteção de rosto, pescoço e tronco.
Para se fazer o levantamento dos riscos inerentes à
atividade de corte de árvores, pode-se começar pela NR 12. Essa norma afirma
que os principais riscos associados ao uso do motosserra, são: ferimentos com a lâmina, ruídos e
vibrações e, corte e queda da árvore. Ferramentas
cortantes como facão e foice, também oferecem riscos de corte e escoriações
durante a realização de atividades em que são utilizadas. Associado a estes riscos, estão àqueles preconizados
na NR 35 relativos à atividade em altura, quando a atividade de corte de árvore
for executada em localidades com mais de 2 (dois) metros de altura em relação
ao nível inferior. Dentre estes riscos que esta norma preconiza, destacam-se: as
quedas no chão e as quedas de objetos na cabeça de transeunte. Todos estes
riscos de acidentes preconizados nas normas, podem levar o profissional à
incapacidade profissional e até mesmo a morte.
Observando os riscos preconizados
pelas duas NR’s citadas no parágrafo anterior e fazendo um paralelo com os
riscos encontrados na atividade propriamente dita, através da análise das
imagens referentes à execução desta atividade, as quais seguem em anexo, identifica-se
claramente a presença dos riscos acima mencionados e é possível ver que eles podem
ser minimizados, caso sejam adotadas apropriadas medidas de segurança, sejam de
caráter individual ou coletivo.
Diante das proposições argumentadas
nessa análise de dados e do levantamento dos problemas relativos aos riscos de
acidentes, aos quais estão expostos os militares que executam a atividade de
corte de árvore no Batalhão de Busca e Salvamento, resta a partir de agora fazer
o arrolamento de sugestões que possam de algum modo minimizar estes riscos e, assim
sendo, fornecer mais segurança a estes profissionais durante a realização de
seus trabalhos.
A primeira sugestão é a criação de
um POP para a atividade de corte de árvore, levando em consideração na
construção dele, as peculiaridades do serviço enfrentada pelos militares em
nosso Estado, de tal maneira que tenham um documento oficial com diretrizes que
norteie suas ações durante essa atividade.
Sugere-se também que o corte de
árvore seja mais que parte da grade curricular de cursos e estágios de caráter
genérico, mas que haja cursos e estágios que tratem especificamente sobre ele,
abrangendo desde a apresentação das normas legais que direcionam o exercício
dessa atividade até a parte da execução em si, pois só assim os militares
poderão ter acesso ao conhecimento adequado e completo, tanto teórico, quanto
prático, sobre o assunto, para que atendam com presteza e convicção todas as
ocorrências envolvendo o corte de árvore.
Outra proposta importante para
diminuir os riscos, é a disponibilidade de novos EPIs, tais como roupas feitas
de materiais específicos para a confecção delas, assim como perneira, caneleira
e joelheira, calçados adequados à atividade, além de outros equipamentos de
proteção listados na NR 06, NR 12 e NR 35, de modo que todas as atividades
sejam realizadas com o devido grau de confiabilidade e segurança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho,
foram levantadas as ocorrências relacionadas a atividade de salvamento terrestre no BBS referentes aos anos de 2015 e 2016
por meio de dados fornecidos pelo setor de estatística desse Batalhão,
tabulando-os e, a partir daí, realizando a separação de uma das duas atividades
mais frequentes e que apresenta maior número de riscos em relação a outra para esse
estudo, que foi o corte de árvore.
Foi
possível averiguar as atividades de corte de árvore, reconhecendo os riscos de
acidentes nela presentes, tanto em lócus, pela captação de imagens, quanto por
meio da realização de questionário e entrevista junto aos militares do PBST do
BBS.
Com
os dados em mãos, ficou identificado os riscos redutíveis ou evitáveis da
atividade de corte de árvore e, em seguida, foi estabelecida a proposição de
medidas que possam levar a minimização ou eliminação deles. Assim, foram alcançados os objetivos geral e específicos estipulados
no início da pesquisa. Contudo, ao menos duas grandes limitações foram
encontradas durante as investigações do problema.
A primeira delas, refere-se
à quantidade de anos de atividades operacionais de salvamento terrestre do BBS levada
em consideração, que nesse caso foram dois, não sendo utilizados anos
anteriores, devido não haver um controle de ocorrências tão claro no setor de
estatística do batalhão, quando comparados com os controles estabelecidos no
biênio 2015-2016.
A segunda
limitação é concernente ao universo da pesquisa, o qual se limitou ao efetivo
do PBST, apesar da maioria dos militares do BBS concorrerem a escala de serviço
no qual se efetua o corte de árvore. A delimitação do universo pesquisado foi
necessária, pois não havia tempo suficiente para realizar a pesquisa com todos
do BBS, dando-se, portanto, prioridade aos que têm mais contato cotidiano com a
atividade em estudo.
Diante dos desafios encontrados neste trabalho,
recomenda-se o estudo mais aprofundado desses riscos, envolvendo todos os
militares desse quartel, além de pesquisas sobre outros tipos riscos, tais como
os químicos e os ergonômicos, para que se estabeleça com clareza as medidas de
segurança para prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho e
solução de outros problemas de segurança existentes na atividade de corte de
árvore.
Avaliar os riscos de acidentes é importantíssimo (Fiedler,
1998), pois seus resultados melhoram, bem como garantem a segurança e o bem-estar
do trabalhador, aumentando a eficiência do trabalho. Daí a importância de se analisar a cena para ver se o corte ou a poda é de fato preciso, fazer
o levantamento
dos riscos do local, selecionar os materiais e equipamentos adequados para a execução da atividade, bem como os operadores do corte, para assim traçar a estratégia a ser aplicada e verificando as condições de
segurança, mantendo a comunicação entre observador e executor.
Foi percebida acerca do público envolvido, uma ótima
receptividade, sendo todos prestativos a responder as questões colocadas, não
havendo resistência por parte das instituições ou das pessoas que participaram
deste trabalho, muito pelo contrário, incentivou-nos para que a pesquisa se
desenvolvesse da melhor forma possível.
Diante de tudo isso, percebe-se que é preciso valorizar o
planejamento da atividade e a capacitação dos profissionais nela envolvidos, observando
normas que regulamentam a atividade para que seja realizada com exatidão,
oferecendo aos que participam do corte de árvore a segurança durante as ações
desenvolvidas em seu trabalho.
REFERÊNCIAS
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Militar de porto Alegre/RS. Porto Alegre, 2012.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasília, DF Senado Federal: Centro Gráfico 1988. p. 292.
______, Fio Cruz. Riscos de Acidentes. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/riscos_de_acidentes.html>.
Acesso em: 15 jan. 2017.
______. Ministério do Trabalho. Portaria nº 3.214/78. Norma Regulamentadora n° 12 (NR 12) – SEGURANÇA NO
TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS.
______. Ministério do Trabalho. Portaria nº 313/2012. Norma
Regulamentadora n° 35 (NR 35) – TRABALHO EM ALTURA.
______. Ministério
do Trabalho. Portaria SIT n.º 25, de 15 de
outubro de 2001. Norma Regulamentadora n° 6 (NR 6) – EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E AS NORMAS TÉCNICAS.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS. Corte de
árvore quando chamar os bombeiros. 201. Acesso em:< http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/32-embm/60187-2017-01-17-18-37-52.html>.
Disponível em: 10jun2017.
CORPO
DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manual Técnico de Bombeiros de São
Paulo – MTB/SP. 1ª Ed. São Paulo, 2006. Vol. 03.
FIEDLER, N. C. Análise de posturas e esforços despendidos
em operações de colheita florestal no litoral norte do estado da Bahia. 1998.
103f. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) – Universidade federal de Viçosa,
Viçosa, 1996.
FORLIN, M.A.S. Riscos Profissionais. Porto Alegre: Polost,
2005.
G1 MATO GROSSO. Instrutor do Corpo de Bombeiros em MT
morre afogado durante curso. 2014. Disponível
em: <http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2014/11/instrutor-do-corpo-de-bombeiros-em-mt-morre-afogado-durante-curso.html>.
Acesso em: 04fev2017.
G1 SANTA CATARINA. Bombeiro voluntário de 74 anos morre
após cair durante ocorrência.2015. Disponível
em: <http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/01/bombeiro-voluntario-de-74-anos-morre-apos-cair-durante-ocorrencia.html>.
Acesso em: 04fev2017.
GEREMIAS, Daiana. Alguns
fatos que você provavelmente desconhecia sobre o 11 de setembro.2014. Disponível
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Acesso em: 02fev2017.
JORNAL NH. Bombeiro
morre após combater incêndio em Santa Vitória do Palmar. 2016. Disponível em: <http://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2016/02/noticias/rio_grande_do_sul/274277-bombeiro-morre-apos-combater-incendio-em-santa-vitoria-do-palmar.html>.
Acesso em: 04fev2017.
NUNES, D.A. FONTANA. R.T. Condições de trabalho e fatores de risco da atividade realizada pelo
bombeiro.Ciência, Cuidado eSaúde, Maringá-PR, 2012 Out/Dez;
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SANTOS, M. Almeida, A. Principais riscos e fatores de risco ocupacionais associados aos
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Revista Portuguesa de saúde ocupacional, Jan 2016.
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(Coord.). Manual de jardinagem e produção de mudas do departamento de parques e
jardins – DPJ. Brasília: NOVACAP/DU/DPJ, 2003. p 69-72.
UFRRJ. Risco de operação de motosserras. Disponível em:
<http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/motos.htm>. Acesso em:
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VEJA.COM. Desabamento de prédio em chamas no Irã mata 30
bombeiros. 2017.Disponível
em:<
http://veja.abril.com.br/mundo/predio-de-17-andares-se-incendeia-e-desaba-no-ira/>.
Acesso em: 02fev2017.
APÊNDICE A – MODELO DE QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO PARA ARTIGO CIENTÍFICO
RESPONSÁVEL PELO PROJETO MARCOS GUEDES DO NASCIMENTO
IDADE ______anos PELOTÃO
DO QUAL FAZ PARTE ________________
INSTITUIÇÃO NA QUAL TRABALHA____________________________________
1.
Você sabe se existe plano operacional padrão para
corte de árvore no CBMPB?
SIM NÃO
2.
Quais acessórios você deve usar durante o corte de
árvore para evitar acidentes?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.
São realizados cursos e/ou treinamentos periódicos
sobre as atividades operacionais para os militares do Batalhão?
SIM NÃO
4.
Você acredita que todas as partes do seu corpo
estão bem protegidas com os EPI’s que utiliza durante a execução de corte de
árvore?
SIM NÃO
Se você acha que não, dê sugestão (ões) de EPI (s) que
você poderia utilizar para protegê-lo, ou se não souber o nome do EPI, que
partes do corpo que você acha que precisam ser mais protegidas?
______________________________________________________________________________________________________________________________________
APÊNDICE B – MODELO DE TERMO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO
Prezado
(a) Senhor (a)
Este trabalho é sobre PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS DE SEGURANÇA PARA
REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTES EXISTENTES NA ATIVIDADE OPERACIONAL DE CORTE DE
ÁRVORE DO BATALHÃO DE BUSCA E SALVAMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA
PARAÍBA. Está sendo feito por Marcos Guedes do Nascimento, aluno de
Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, sob orientação do prof. Amandio
Pereira Dias Araújo.
O objetivo deste estudo é, em termos gerais, buscar medidas de segurança
que minimizem os riscos de acidentes da
atividade operacional de corte de árvore do Batalhão de Busca e Salvamento do
Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba.
Solicitamos a sua colaboração para
responder ao questionário, como também sua autorização para apresentar os resultados
deste estudo em eventualpublicação em revista científica ou apresentação em
seminário. Por ocasião da publicação ou apresentação dos resultados, seu nome
será mantido em sigilo, visto que não se identificará no preenchimento do
questionário.
Esclarecemos
que sua participação no estudo é voluntária e, portanto, não é obrigado (a) a
fornecer as informações e/ou colaborar com as perguntas feitas pelo
pesquisador. Além disso, o pesquisador estará à sua disposição para qualquer
esclarecimento e a qualquer tempo, mesmo após a pesquisa.
Diante
do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido (a) e dou o meu
consentimento para participar da pesquisa e para publicação dos resultados.
Estou ciente que receberei uma cópia desse documento.
_________________________________
Assinatura
do Participante da Pesquisa
Atenciosamente,
____________________________________________________
MARCOS GUEDES DO
NASCIMENTO - PESQUISADOR
Matrícula 526.030-2
Contato com o Pesquisador Responsável: (83) 98804-4021
APÊNDICE C – OFÍCIO ENVIADO AO COMANDANTE
DO BATALHÃO
Oficio nº 001/2017 – TCC UNIPÊ João Pessoa-PB, 29 de junho
de 2017.
Ao Senhor
LUCAS SEVERIANO DE LIMA MEDEIROS – TC QOBM
Comandante de Batalhão de Busca e Salvamento
Av. Cabo Branco, nº 2838, Cabo Branco, João
Pessoa/PB.
Assunto:
Solicitação de Autorização de pesquisa científica no Batalhão.
Anexo: -Modelo de
questionário para o referido artigo científico.
- Modelo de termo de consentimento livre e esclarecido ao participante
da referida pesquisa.
Senhor Comandante
Informo
a Vossa Senhoria que este pesquisador é aluno da Especialização em Engenharia
de Segurança do Trabalho e que o mesmo está realizando como Trabalho de
Conclusão de Curso o artigo com o título: PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS DE SEGURANÇA
PARA REDUÇÃO DOS RISCOS DE ACIDENTES EXISTENTES NA ATIVIDADE OPERACIONAL DE
CORTE DE ÁRVORE DO BATALHÃO DE BUSCA E SALVAMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
DA PARAÍBA.
Comunico ainda que o intuito deste trabalho é
basicamente propor medidas que venham diminuir os riscos presentes hoje nas
atividades de corte de árvore deste batalhão.
Para alcançar este objetivo, solicitamos
autorização para realizar o questionário entrevista em anexo com militares do
Pelotão de Salvamento Terrestre, bem como com seus comandantes imediatos, com o
consentimento de cada um deles, o qual estará expresso no termo de
consentimento livre e esclarecido, que também está anexo a este ofício.
Certo da Vossa colaboração, pede deferimento.
Respeitosamente,
MARCOS GUEDES DO NASCIMENTO
Pesquisador responsável
CPF 052.992.494-38
ANEXO A – OFÍCIO DO COMANDANTE DO BBS
AUTORIZANDO A PESQUISA
ANEXO B – IMAGEM DE ÁRVORE CAÍDA SOBRE
RESIDÊNCIA
ANEXO C – IMAGEM DE MILITAR SE PREPARANDO
PARA O CORTE DA ÁRVORE COM ALGUNS EPI’s
ANEXO D – IMAGEM DE MILITAR REALIZANDO O
CORTE DA ÁRVORE
ANEXO E – IMAGEM DA RESIDÊNCIA APÓS O
CORTE DA ÁRVORE
ANEXO F – IMAGEM DOS EPI’S USADOS NA
ATIVIDADE DE CORTE DA ÁRVORE REALIZADA POR MILITARES DO BBS
[1]
Graduado em Engenharia Civil pelo Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ).
E-mail: fisiconascimento@hotmail.com